Bela postura é a de envelhecer e envelhecer com sabedoria. É preciso saber envelhecer. A idade mais bela não é a idade do adolescente ou do jovem ou do adulto ou do idoso. Não. A idade mais bela é aquela em que estamos. O TEMPO que vivemos é um grande tesouro. Sem o tempo, nada há de grande, nada de profundo. Nem a amizade, nem a fidelidade. Devemos ver o tempo com muita normalidade. Sabemos que ele passa. No dia em que nascemos já começa o nosso envelhecimento. O tempo passa. Só a eternidade não passa. O tempo , à nossa disposição, deve ser bem empregado, sem ânsia nem aflição, para o serviço de Deus e do próximo. É preciso dar tempo ao tempo. A SABEDORIA é um dom. Ela nos faz saborear as realidades da vida. Faz com que estas realidades da vida tenham um bom gosto, sejam saborosas. Envelhecer com sabedoria é viver com qualidade de vida. É envelhecer de tal forma que ser idoso seja gostoso para nós. “Quão bela é a sabedoria nas pessoas de idade avançada, e a inteligência e a prudência nas pessoas nobres! A experiência consumada é a coroa dos anciãos” (Eclo 25,7-8). OS IDOSOS ajudam a contemplar, com mais sabedoria, os acontecimentos terrenos. Pelas vicissitudes vividas, tornam-se mais experimentados e amadurecidos. Os idosos guardam uma memória coletiva e, por isso, são capazes de interpretar mais exatamente o conjunto de idéias e valores humanos que mantêm e guiam a convivência social. O IDOSO não pode se entregar. Necessita expandir-se criativamente. Ele está passando para uma etapa de vida plena de sabedoria existencial e pode dar muito ainda à sociedade. O idoso não pode sentir a sua vida sem sentido. Esgotada certa força de trabalho, ele não é um alguém que não assume seu papel. A aposentadoria não é um favor ou uma esmola. Ela é uma obrigação da sociedade para quem tanto a serviu. NA VELHICE, temos que cuidar para não perdermos a nossa identidade. Somos gente, e continuamos a ser gente. Há muitas maneiras de envelhecer, mas não podemos abdicar das nossas capacidades de ser e de agir. A nossa vida não pode se tornar uma espécie de morte. O ideal é que a pessoa morra vivendo e não viva morrendo, entregando-se a cada instante ao tédio e à morte. É necessário “curtir” cada instante, extraindo dele todo o suco da vida. É preciso saber começar sempre de novo.
Fonte: Arcebispo Dom Itamar Vian
Fonte: Arcebispo Dom Itamar Vian